História

A Revolução Industrial na Inglaterra

18 de Abril, 2025
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Trabalhadores em uma fábrica durante a Revolução Industrial
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Vitor Roy
Editor de História

A Revolução Industrial foi um processo de profundas transformações econômicas, sociais e tecnológicas que teve início na Inglaterra, entre meados do século XVIII e início do século XIX. Esse período marcou a transição de uma economia baseada na agricultura e na manufatura artesanal para um modelo industrial, mecanizado e urbano.

Contexto histórico e fatores favoráveis

A Primeira Revolução Industrial começou na Inglaterra por volta de 1760 devido a uma combinação de fatores estruturais que favoreceram o investimento em novas tecnologias. A abundância de recursos naturais, em especial carvão e ferro, proporcionou energia e matériaprima essenciais à fabricação industrial. O capital acumulado pelo império colonial britânico e por sua elite mercantil criou fontes de financiamento para a construção de fábricas, ferrovias e canais, estabelecendo uma base financeira sólida para o desenvolvimento industrial.Ao mesmo tempo, a estabilidade política e o sistema jurídico britânico, garantidos após a Revolução Gloriosa de 1688, asseguraram a proteção à propriedade privada e incentivaram a inovação e o empreendedorismo. Por fim, a disponibilidade de mão de obra, impulsionada pelo crescimento populacional e pela migração do campo para as cidades, assegurou um fluxo constante de trabalhadores para as fábricas, enquanto invenções como a máquina a vapor de James Watt aumentaram a eficiência produtiva e reduziram custos operacionais.

Principais transformações

A substituição do trabalho manual pela mecanização, especialmente nos setores têxtil e siderúrgico, permitiu a produção em massa de tecidos e ferro fundido, reduzindo drasticamente o tempo e o custo de fabricação. O crescimento urbano acelerado nas cidades industriais deu origem a novos centros populacionais e intensificou o processo de urbanização, transformando vilas em grandes cidades como Manchester e Birmingham.A expansão dos sistemas de transporte, incluindo ferrovias, estradas e canais, reduziu significativamente o custo e o tempo de deslocamento de matériasprimas e mercadorias, integrando mercados regionais e nacionais. Além disso, consolidouse o trabalho assalariado em substituição ao trabalho artesanal, com regimes de produção baseados na fábrica e no controle de ritmo pelos patrões.

Consequências sociais e econômicas

A industrialização resultou em um aumento expressivo da produção, elevando a oferta de bens de consumo e reduzindo preços, o que contribuiu para a melhoria do nível de vida de parte da população. Entretanto, esse processo acentuou as desigualdades sociais, pois as péssimas condições de trabalho e moradia da classe operária contrastavam com o enriquecimento da burguesia industrial.Surgiu uma nova classe social, o proletariado industrial, organizada em torno das fábricas e sujeita ao regime fabril, cujo deslocamento do campo para a cidade impulsionou a formação de identidade de classe e futuras lutas sindicais. Finalmente, a economia capitalista foi fortalecida, com a burguesia industrial consolidandose como classe dominante e alicerçando o modelo de produção em larga escala que daria origem ao capitalismo moderno,